Depois dos incêndios, rio atmosférico pode afetar populações em risco.
O tempo mudou drasticamente. Depois dos dias quentes e tão facilitadores dos terríveis incêndios que devastaram o país, chega agora a chuva e com força. E, para agravar, nas zonas mais afetadas pelos referidos incêndios, pode mesmo causar grande perigo, alertam os especialistas.
Portugal está já a ser afetado por uma massa de ar tropical, vinda diretamente das Caraíbas, que atravessa todo o Atlântico, e que poderá agravar-se nos próximos dias.
A partir desta terça-feira, 24 de setembro, chega também um “enorme rio atmosférico, que trará chuva intensa e persistente”, de acordo com o jornal Observador.
Um rio atmosférico “é uma faixa longa, estreita e de transição na qual ocorre o transporte horizontal de vapor de água, e está normalmente associada à corrente de jato em baixos níveis antes de uma superfície frontal fria de uma depressão. O vapor de água nos rios atmosféricos é fornecido por fontes de humidade tropicais e/ou extratropicais”, segundo Alfredo Graça.
Esta massa de ar húmida tropical poderá atingir entre 100 a 200 milímetros no Minho, Douro Litoral e nas serras dos distritos de Viseu, Aveiro e Coimbra, e entre 50 a 100 milímetros no restante litoral a norte do Cabo Mondego, e prolongar-se-á pelos próximos três dias.
Além da chuva, há também vento, mas quente, em especial nas regiões Norte e Centro. Depois dos incêndios, estes fenómenos preocupam, no quesito dos deslizamentos de terras, que deixam muitas regiões em risco, como a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) já alertou para esse perigo.
“Como já mencionámos diversas vezes nas últimas notícias da meteorologia em Portugal, a previsão de precipitação abundante e excessiva para um curto espaço de tempo, em particular nas áreas que arderam nos últimos dias (Albergaria-a-Velha, Castro Daire, Oliveira de Azeméis e Sever do Vouga, entre outros), sugere-nos um risco elevado de inundações repentinas (flash floods), cheias, deslizamento de terras, movimentos de vertente, erosão de solos e escoadas detríticas.
Todos estes perigos naturais ganham uma dimensão de risco bastante acrescida em solos erodidos e com baixa permeabilidade, incapazes de reter a força e intensidade da água devido à ausência de vegetação”, revelou Alfredo Graça, na MeteoRed.
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