Ana Moura foi a mais ousada dos últimos Globos de Ouro e, sem dúvida, a mais comentada da gala. É uma das melhores vozes da música portuguesa, das mais belas do fado, mas foi o vestido transparente e o peito em evidência que catapultou a fadista para as manchetes nos últimos dias.
Entre crítica se elogios, Ana Moura revela que o pior chegou em tom de ameaças, sobretudo, de homens. À conversa com Bruno Nogueira, a cantora portuguesa contou que esteve em dúvida se taparia ou não o peito, mas nunca sem pensar em toda esta controvérsia, que até a deixou a temer pela sua segurança.
“Os comentários com tom mais ameaçador eram de homens e isso faz-me ficar assim… Agora, quando fui a Fafe, disse ao meu road manager que queria estar sempre acompanhada, porque posso levar uma boca desse género. Isto faz-me ter um bocadinho mais de receio”, contou Ana Moura no podcast do humorista, ‘Isto não se diz’.
Ana Moura também explicou o porquê desta opção pelo ousado vestido da belga Ann Demeulemeester.
“Eu estive até à última com os tapa mamilos, com os biquínis… Depois pensei: Isto estraga tudo, estraga todo o propósito. E decidi mesmo a sério 15 minutos antes de estar na passadeira vermelha.
Acho que os Globos de Ouro, mais do que tudo, são uma gala que serve para celebrar aquilo que os artistas fazem. E eu estava a celebrar o facto de estar a lançar um single novo. E foi um single que foi escrito inspirado num ensaio de uma escritora norte-americana, Audrey Lawrence que fala sobre o poder dos usos do erótico. E onde ela define o verdadeiro significado, segundo ela, do erótico. E que a sociedade atual, mais patriarcal, tende a confundir com o pornográfico. Mas ela acha que são coisas diretamente opostas. O pornográfico é prazer pelo prazer e o erótico é a transcendência, são as emoções.
A mulher foi habituada ao longo dos anos a reprimir determinadas formas de se expressar porque essas formas eram muito associadas a uma coisa mais badalhoca. E a verdade é que isso impede-nos de viver esses momentos com toda plenitude. Isso até com o nosso próprio corpo.
Quando vestimos alguma coisa estamos a comunicar alguma coisa. Achei que este lugar da passadeira vermelha era um lugar para celebrar uma grande criadora, que é uma das impulsionadoras do minimalismo. O vestido é assim, tem que ser usado assim, com aquela beleza, delicadeza, e sem nada por baixo. E foi realmente libertador”, completou Ana Moura.
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