André Ventura foi hospitalizado duas vezes nesta última semana de campanha política. O líder do Chega manifestou uma dor forte no peito e um quase desmaio, foi assistido e o diagnóstico revelou um problema do foro gástrico.
Sendo certo que o refluxo pode causar dor no peito e que o deputado poderia realmente confundir isto com um problema de cardíaco e de maior gravidade, há também quem acredite que Ventura esteja aqui a forçar a barra para chamar atenções para a sua campanha. A verdade é que as sondagens já dão o partido Chega a subir novamente, após todo este mediatismo à volta do líder do partido. A exemplo do sucedido com políticos como Bolsonaro, e a facada na barriga na campanha, ou Trump, com o tiro na orelha, também durante o discurso.
Agora, Alexandre Monteiro, o conhecido “decifrador de pessoas” falou à revista Sábado e traçou o perfil de Ventura nestes últimos dias. Então, sobre a primeira crise, em Tavira, na terça-feira, Alexandre Monteiro vê verdade na reação do deputado.
“Ele assustou-se mesmo, muda de cor, o que é indicação do sistema nervoso a atuar”, o que não seria pela “doença”, mas por “não saber o que está a acontecer”. Viu ainda “uma micro expressão facial associada à tristeza e ao medo” em Ventura, o que o leva a acreditar.
Porém, a seguir, é que Alexandre Monteiro já não acredita mais e vê-o antes a “aproveitar-se do show-off da doença” e para que as pessoas tenham pena. “Reza, abre a camisa para mostrar o penso, e está a usar isto como meio de ganhar vantagem política”.
Depois, neste episódio de quinta-feira, já não vê a naturalidade do primeiro caso. “Já olha para as câmaras, faz uma queixa maior e faz questão de mostrar uma atitude hercúlea, de querer andar e continuar mesmo estando doente”m disse, e não apenas em Ventura. “Não é tanto o comportamento dele, mas do deputado que estava com ele”. [Pedro Pinto] está atrás dele e não reage, olha para ele, mas não se mexe para acudi-lo. Pedro Frazão, que agarra nele, mas não parece muito preocupado com o que está a acontecer. Ou não se importa que o Ventura esteja nesta situação, para continuar a ter foco mediático, ou então sabiam que alguma coisa ia acontecer”, revelou Alexandre Monteiro, o que o leva a concluir mais ainda:
“Em tempos de crise, quem faz mais barulho mais pontos ganha. Os líderes que emitem vulnerabilidade que não seja vista como fragilidade. Vulnerabilidade que não ponha em causa a sua competência criam empatia, pena, e a ideia de que devemos ajudar”.
E não só sobre estes episódios de doença, o especialista comportamental fala um pouco sobre o perfil de André Ventura. “Há várias características nele que indicam um índice de narcisismo, incluindo a vaidade, o querer ser o centro das atenções, a recusa de responsabilidade e o auto-elogio e o endeusamento excessivo. Os narcisistas são bons comunicadores de massas, têm autoestima, e isto é percebido como carisma, mas é um falso carisma”, concluiu Alexandre Monteiro à Sábado.
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