Mãe das gémeas brasileiras toma decisão drástica para proteger as filhas

Daniela Martins disponibilizou-se para vir a Portugal prestar os devidos esclarecimentos no polémico caso que a tem envolvido e às suas filhas, Maitê e Lorena, de 5 anos.

As meninas sofrem de Atrofia Muscular Espinal (AME) e vieram a Portugal receber o medicamento mais caro do mundo, o Zolgensma, em que cada dose ronda os dois milhões de euros.

Em Portugal, o medicamente começou a ser administrado gratuitamente, após comprovados os efeitos muito positivos na saúde das crianças que sofrem desta doença rara.

Neste caso, a questão está mais relacionada com uma possível influência que deu uma prioridade indevida a estas meninas luso-brasileiras, cujas consultas terão sido mais rápidas, eventualmente, do que a outras crianças.

Daniela Martins terá feito a parte dela, como qualquer mãe ou pai tentaria, movendo mundos e fundos para a cura das suas filhas. E, por isso, os arguidos, que respondem agora por esse possível tráfico de influências são Nuno Rebelo de Sousa, o filho do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, e Luís Pinheiro, ex-diretor clínico do Santa Maria.

A mãe das meninas esteve na Assembleia, a responder durante horas à comissão parlamentar, sobre a forma como terá conseguido os tratamentos e quem são os envolvidos. Com algumas perguntas de deputados a merecer até alguma repulsa de quem ouviu, Daniela mostrou-se bastante abalada.

Após a comissão de inquérito, e depois de se sentir particularmente atacada, assim como às suas meninas, Daniela decidiu fechar a conta de Instagram que tinha criado para as filhas, e onde partilhava as lutas e conquistas, para que não tivesse que lidar com todo esse ódio.

“Por meses, as minhas filhas menores de idade foram mostradas sem tratamento na cara, com inúmeras declarações falsas, estimulando uma onda de ódio contra a minha família. Assusta que nenhum poder público, nenhuma agência reguladora, nenhum órgão de classe médica, jornalística, nenhum organismo de direitos humanos, proteção de crianças, interveio”, disse Daniela Martins.