Morreu Fernanda Maria. Está de luto o fado português com a morte de uma das mais elogiadas artistas de sempre. Morreu esta segunda-feira, 13 de janeiro, a fadista Fernanda Maria, aos 87 anos, em Lisboa. A notícia da morte foi anunciada pela poetisa Maria de Lourdes de Carvalho, que era amiga de Fernanda Maria, e deu a triste notícia à agência Lusa, esta segunda-feira.
A fadista lisboeta destacou-se com grandes êxitos do fado português como “Não Passes com Ela à Minha Rua” ou “Saudade Vai-te Embora”.
Sobre ela, disse o júri do Prémio Amália, em 2007, quando lhe entregou o prémio carreira, que criou “fados que perduram na memória” e que tinha uma voz “límpida e segura”.
Nas redes sociais, multiplicam-se as mensagens de despedida, com testemunhos emocionados de quem tanto admirou esta artista. “Choro sem conseguir dizer muito mais!
Partiu a FADISTA! A Rainha D. Fernanda Maria! Escutemo-la a nossa vida inteira! Será sempre a minha fadista!”, “Hoje o Fado perde uma das suas maiores estrelas, e eu perco a minha maior referência. Fernanda Maria não era apenas uma fadista; era a personificação da alma do Fado. A sua voz, o seu sentir e a forma única como nos tocava serão sempre inspiração para todos que amam esta arte tão nossa. Não há palavras que consigam expressar o vazio que deixa, mas há memórias e canções que nunca se apagarão. Fernanda Maria viverá para sempre nos acordes das guitarras e nas emoções que nos ensinou a transmitir. Que descanse em paz, envolvida na saudade que tão bem cantou. A “minha” Fernanda Maria”, Hoje é um dia muito triste , hoje o fado ficou mais pobre .
Hoje deixou-nos esta grande senhora e fadista D. Fernanda Maria , infelizmente não tive a honra de a conhecer mas quem me acompanha sabe que é e será sempre a minha maior inspiração. Estou triste muito triste , até um dia querida”, ou “FERNANDA MARIA (1937-2025): que notícia tão triste a da morte esta manhã desta enorme fadista do nosso panteão. Ainda ontem falava sobre ela com Sofia Ramos, um dos novos talentos do fado, e percebi mais uma vez o respeito que tantos têm por esta voz que agora se cala mas que deu tantos fados ao fado. Gravou ao lado de Alfredo Marceneiro, esse patriarca do género, mas ao contrário dele deixou-nos uma obra em disco que se estende pelas décadas de 50 a 90 e que se contabiliza em várias dezenas de registos, maioritariamente para a Rádio Triunfo, mas também para a Valentim de Carvalho e para a Estúdio, entre outras. E não é de somenos dizer que, numa altura em que quase todos os percursos em disco se construíam apenas em 45 rotações, a carreira de Fernanda Maria foi uma natural excepção a essa regra, tendo uma discografia regular em álbum a partir de 1964. “Uma Fadista Extraordinária”, como dizia o título desse primeiro LP, e uma escola sempre de bem cantar o fado, com grande gosto na escolha dos músicos, dos textos e das melodias, e que agora a sua morte terá que fazer reavaliar de forma séria. Só assim podemos ser dignos dos tempos em que vivemos e deste legado tão grande!”, pode ler-se no Facebook, entre muitas mensagens, sobre uma artista admirável.
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