Morreu Eduardo Serra, porventura o mais conceituado diretor português de fotografia, que esteve nomeado para dois Óscares e ganhou um prémio BAFTA. Faleceu na passada terça-feira, aos 88 anos.
Nasceu em Lisboa, mas foi em França que a sua carreira internacional teve início, onde se fixou com apenas 20 anos, para uma carreira gloriosa, onde fez nome em diversos filmes.
Esteve nomeado ao Óscar por duas vezes, pelos filmes “As Asas do Amor”, de Iain Softley, e “Rapariga com Brinco de Pérola”, de Peter Webber, que lhe garantiu o prémio BAFTA da Academia Britânica de Cinema.
Mas filmes como “Harry Potter e os Talismãs da Morte”, Partes 1 e 2, “Diamantes de Sangue”, de Edward Zwick, “Belle du Seigneur”, de Glenio Bonder, e “A Primise”, de Patrice Leconte, também fazem parte do seu longo percurso no cinema.
Em Portugal, podemos contemplar o seu talento em filmes como “Sem Sombra de Pecado” e “A Mulher do Próximo”, de José Fonseca e Costa, “O Processo do Rei”, de João Mário Grilo, “Amor e Dedinhos de Pé”, de Luís Filipe Rocha, e “O Delfim”, de Fernando Lopes.
A Academia Portuguesa de Cinema anunciou a morte de Eduardo Serra, com uma nota de pesar ao mais reconhecido diretor de fotografia português.
“A Academia Portuguesa de Cinema manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento do seu Membro Honorário, o diretor de fotografia Eduardo Serra.
Nascido em Lisboa em 1943, Eduardo Serra emigrou para França em 1963 devido à perseguição de que foi alvo por participar em protestos contra a ditadura. A partir de então, construiu uma carreira internacional de enorme prestígio, tendo sido nomeado duas vezes ao Óscar de Melhor Fotografia, por “The Wings of the Dove” e “Girl with a Pearl Earring”, e distinguido com o BAFTA pelo mesmo “Girl with a Pearl Earring”.
No cinema português, assinou a fotografia de obras como “Sem Sombra de Pecado” e “A Mulher do Próximo”, de José Fonseca e Costa, “O Processo do Rei”, de João Mário Grilo, “Amor e Dedinhos de Pé”, de Luís Filipe Rocha, e “O Delfim”, de Fernando Lopes, enriquecendo o nosso património com a sua sensibilidade e rigor.
Colaborou também com grandes nomes do cinema europeu, tais como como Patrice Leconte (“Le Mari de la coiffeuse”, “Le Parfum d’Yvonne”, “Les Grands Ducs”, “La Veuve de Saint-Pierre”, “Rue des plaisirs”, “Confidences trop intimes”) e Claude Chabrol (“La Fleur du mal”, “La Demoiselle d’honneur”, “La Fille coupée en deux”).
A sua mestria marcou ainda filmes como “Blood Diamond”, “Unbreakable” e os dois capítulos finais da saga Harry Potter, onde deixou a sua marca também nas grandes produções de Hollywood.
Figura de referência maior no cinema mundial, Eduardo Serra foi homenageado com o Sophia de Carreira em 2014 e, em 2017, agraciado pelo Estado Português com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Levou consigo a visão de um artista português que soube dialogar com cineastas de várias geografias, do cinema de autor europeu às grandes produções internacionais.
À família, amigos e colegas de Eduardo Serra, a Academia Portuguesa de Cinema apresenta as mais sentidas condolências”, pode ler-se no comunicado nas redes sociais.
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